O caminho de estradas estreitas
Já se passara um mês e meio e eu já estou pronta para sair daquele hospital, mas antes eu tinha que descobrir onde a Stella está morando para colocar o meu plano em ação. Qual é o meu plano? Ah, isso eu não vou contar senão vai perder toda a graça.Fiquei na espreita esperando alguma brecha para poder vasculhar os arquivos e descobrir aonde a Stella estava morando agora. Passaram-se 10 minutos e finalmente a secretária foi ao banheiro e eu pude realizar a primeira etapa da minha vingança. Vasculhei os arquivos o mais rápido possível e todo o instante eu ficava alerta para ver se a secretária já estava chegando. Eu pude ouvir os passos preguiçosos da secretária pelos corredores e o meu coração começou a bater mais forte quando a vi dobrando o corredor e vindo na minha direção, mas por pouco ela não me pegou e eu consegui o que eu mais queria, agora eu podia colocar o meu plano em prática.
Voltei para o meu quarto e então o médico chegou para fazer uma revisão antes de me liberar.
-Muito bem Alicia você agora já está pronta para voltar para casa, mas já está tarde e amanhã você já está liberada.
-Tudo bem doutor, amanhã bem cedinho eu ligo para minha mãe vir me buscar.
-Agora trate de descansar Alicia. Boa noite.
-Boa noite doutor.
Esperei o doutor ir embora para poder realizar a minha fuga. O meu plano não podia esperar o dia amanhecer e a noite as coisas se tornam ainda mais interessantes.
Foi o maior sufoco para sair daquele hospital e depois de driblar todos os funcionários eu finalmente consegui sair daquela joça e segui o meu caminho rumo a casa de Stella.
A rua estava fria e meus pés estavam congelando, mas eu não podia reclamar porque dentro de mim a chama do ódio me aquecia e me envolvia por inteiro. Andei bastante, mas eu não conseguia sentir cansaço em nenhuma parte do meu corpo porque eu sabia que ao lado do poste estava a medíocre casa de Stella. Apertei meus passos porque eu não conseguia mais esperar, mas quando eu cheguei perto da janela eu vi uma cena que me fez perder o ar. Stella estava beijando aquele cafajeste e mesmo que a janela embasasse a minha visão eu podia ver e sentir a paixão fulminando naquela maldita sala depois aquele idiota a abraçou forte e a carregou no colo e aquilo tudo me fez sentir uma inútil porque eu nunca conseguiria fazer aquilo com ela e ela se sentia feliz ao ver aquele idiota roubando o seu sorriso, o meu sorriso, porque aquele sorriso me pertencia. Aquilo tudo era demais para mim e eu não podia mais suportar um segundo vendo aquela palhaçada e me sentindo uma imprestável porque nunca conseguiria fazê-la feliz como ele a faz. A minha culpa me fez correr desesperadamente por aquela rua estreita sem saber para onde ir...
O último suspiro de um desejo despedaçado
...Eu corri até chegar em um bar que em plena 10 horas da noite ainda estava aberto e eu pouco me importava se lá estava cheio de homens nojentos porque o que mais queria naquela noite era tomar um porre e como diz aquela música irritante "eu vou beber pra esquecer meus problemas".
Cheguei naquele balcão imundo e pedi a bebida mais forte que eles tinham. O atendente ficou olhando fixamente para minha cara e eu não me contentei e perguntei qual era o problema dele.
-HAHAHA, além de pirralha ainda é tirada a durona. Você não acha que você já deveria estar na cama não?
-Eu já sou bem grandinha e sou dona do meu nariz e me passe logo essa merda de bebida porque eu vou pagar e me faça mais perguntas imbecis.
-Você me faz rir garota, mas eu gostei de você e é só por isso que eu vou passar a bebida. Eu não costumo fazer caridades para crianças revoltadas, mas pra você eu abro uma exceção. Aqui está a sua bebida e pode beber a vontade.
Eu não estava mais afim de discutir com aquele nojento e virei a minha cara para beber em paz, eu bebi uns 10 copos daquela cachaça e antes de ir embora eu pedi uma garrafa de vodka para "adoçar" a minha noite.
-É, boa sorte quando você acordar amanhã porque o seu estado já está de assustar pirralha. --disse aquele atendente irritante.
-Eu não pedi sua opinião então cale essa sua boca nojenta e me passe logo essa garrafa.
Eu sai daquela espelunca cambaleando e quase não consegui abrir aquela porta nojenta, mas antes de ir embora eu ainda me virei para dar um tchauzinho para aquele atendente infeliz e fui embora andando por aquela rua escura.
Depois de tanto andar as minhas pernas já estavam me matando e eu tive sorte de encontrar um banco bem na minha frente. Eu senti um alívio ao sentar naquele banco, mas o alívio foi logo embora quando eu comecei a lembrar daquela cena torturadora e foi aí que eu gritei bem alto:
-EU QUERO MAIS QUE VOCÊ SE FODA STELLA! VOCÊ E AQUELE BUNDA MOLE QUE VOCÊ CHAMA DE AMOR.
Eu quebrei a garrafa de vodka e com um pedaço de vidro eu comecei a me cortar e gritei mais uma vez:
-ISSO AQUI É PRA VOCÊ STELLA!
Naquela noite a lua se escondeu e por essa razão não havia estrelas no céu, ou seria eu que era incapaz de vê-las? Mas isso não importa agora porque meu mundo já havia caído por cima de mim e eu não sabia mais o que fazer. Daqui pra frente eu terei que achar o meu caminho ou eu ficarei perdida para sempre.
Continua...
Alice devia pensar..No que ela fala
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