domingo, 13 de fevereiro de 2011

Atitudes... cap 21





Acordei um pouco zonza, mas realmente meu cérebro tinha acordado para o que estava acontecendo, quando levantei da cama sem querer derrubei algumas coisas que estavam na mesinha de cabeceira (não me pergunte como consegui essa proeza)
John veio falar comigo.
_Bom dia, você está mais descansada?
_Um hum. (abaixei a cabeça, que por sinal estava querendo doer)
_Venha um pouco pra sala, se quiser comer eu já preparei tudo na mesa, depois posso levar você ao hospital.
_Despenço as opções e resumindo só quero ir ver a Alicia.
_Mas você precisa se alimentar.
_Quem você acha que é afinal, meu pai ? Eu não tô afim de nada cara, eu só quero sair daqui!
_Me desculpe, eu pensei...
_Pensou errado, vai me levar ou não?
_Sim, como quiser.
Sai meio que irritada, poxa eu precisava ver a minha amiga e amor da minha vida e o cara queria que eu parasse para comer, que fome que eu tinha?
Ele estava triste, mas eu estava arrazada, então pra mim seria tipo... Por mim, tô lá ligando, deu pra sacar né?!
Chegamos no hospital eu desci e nem esperei ele que pra minha certeza estava atras de mim.
Depois de horas, que voaram praticamente, eu fiz:
1- vi a Alicia por tras de um vidro, seu corpo estava quase todo enfaixado, ela respirava por tubos, seu cabelo estava com um lado raspado e com fios ligados a cabeça, nenhum movimento, nem que seja um simples deslize das palpebras, nada ela estava imovel, alí naquela sala fria e sem vida, e eu? Sem poder fazer nada me lamentava e queria que tivesse sido comigo.
2-Demorei um bom tempo alí, depois segui pro corredor chorei, foi entao que uma cena me chocou.
De repente no hospital chegou uma mulher em trabalho de parto, uma coisa alucinante, ela sentia dor mas sorria como se aquilo fosse apenas uma mera distraçao da verdadeira beleza, e realmente era, em minha mente eu tentava me ver como uma mãe, daquele jeito, barrigao, gorda por comer exageradamente, feliz por tudo isso e com um... é esse porém, esse "um" não podia ser "uma" e então eu me vi mais uma vez num dilema, se fosse pra ficar com Alicia, seria a nossa vida toda eu e ela, e não uma familia linda e feliz, com um de nós gravida, faltava algo que preenchesse a minha vida vazia, algo que a Alicia não podia me dar.
Ela pensava como eu, sabia agir como eu, tomar decisoes como eu sem me magoar porque eramos mulheres, entendiamos muito bem uma a outra, mas esse sentido as vezes perde completamente a graça, meu Deus o que eu estou pensando?
Abandonar a Alicia alí e tentar reconstruir uma vida de verdade?
Não, eu não podia fazer isso, além de ser injusto com ela, ia ser uma coisa a qual eu me arrependeria imensalmente.
_Stella, temos que ir.
John mais uma vez me cortou de um apice de histerismo, que bom né?! Alí não era um lugar para pirar, afinal de contas não era só eu que sofria por uma quase perda de um ente querido.
Entramos no estacionamento, fazia um pouco de frio, e ventava, logo cruzei meus braços contra o corpo para me esquentar, John veio por trás de mim e pousou a jaqueta jeans dele em meus ombros:
_Vista, sei que está com frio.
Eu vesti, e realmente me esquentou, mas o que me espantou foi quando o cheiro dele que exalava da jaqueta entrou em contato comigo, eu tive um devaneio, o cara era um desconhecido lindo, que me ajudou e vem me ajudando muito até agora, se preocupa comigo mesmo eu dando um monte de patadas e fazendo ignorancias, e agora nota em mim?
O que há de errado?
Certas atitudes dele me deixam um pouco abalada, era só o segundo dia de enternamento da Alicia e meu coração estava bambeando para ambos os lados, deveria ser porque eu estou passando por um momento muito delicado e estou carente mas isso não é motivo para sentir tais coisas.
Atittudes, atitudes, atitudes.
Cheguei na casa dele e sentei no sofá, ainda estava frio, ele veio com uma coberta, eu liguei a TV e comecei a assistir ou melhor enganar minha mente e deixa-la confusa com um programa que estava passando, enquanto ele estava  trabalhando com um projeto que parecia ser uma maquete em cima da mesa, tudo parecia bem, a não ser por um motivo: Alicia.
Depois de horas na TV meu estomago roncou, nem havia percebido que o John tinha ido deitar, então como ainda não era tão tarde assim resolvi ir eu mesma pra cozinha, comecei fazendo um barulho enorme com a louça, e então quando ia pegar uma tigela pra colocar a massa dos biscoitos, eu derrubei umas 5 panelas resultando num barulho imenso que por razao de segundos fez com que John viesse correndo:
_O que houve?
_Ãh... e-eu só estava fa-fazendo biscoitos, você... hum se importa?
Ele sorriu, e disse:
_Não, quê isso, pode ficar a vontade.
_Obrigada!
Depois que eu o acordei, ele veio se sentar no sofá e eu comecei a colocar os biscoitos em formas de letras, fiz varios e coloquei alguns numa bandeija escrito Desculpe, junto com mel em uma pequena tacinha,  suco de laranja e alguns amendoins para quebrar o efeito do doce.
Cheguei perto dele e dei a bandeija, ele olhou assustado mas depois, levantou lentamente e me deu um beijo no rosto, meu coraçao deu sinal de vida e eu me afastei para evitar coisa pior, saí para o quarto e quando fechei a porta ele gritou:
_Stella, vem pra cá!
Eu saí um pouco vermelha, confusa, triste, alegre, mas quando sentei ao lado dele tudo se fez em paz, e eu me acalmei foi como se ele fosse um carregador de baterias, Meu carregador de baterias.

Continua...

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